Hoje retornei às aulas do Projeto Escola Vida.
Desta vez, peguei uma turma de 8º ano, que nunca tinha participado do projeto anteriormente.
Quando me dirigia para entrar na sala que estava com a porta fechada, vi à distância, um garoto batendo à porta.
Vou chamá-lo de B.
Ele devia estar pensando que tivesse alguém na sala, que pudesse abrir a porta para que ele entrasse.
Como não obteve resposta, já que não tinha mesmo ninguém na sala, ele começou a socar a porta com força, chutá-la e gritar para que alguém abrisse a porta.
Quanto percebi que o clima estava ficando mais quente, corri em sua direção, e falei para o garoto que não tinha ninguém na sala, que a professora responsável já estaria chegando, que ele aguardasse um pouco.
Depois olhei em seus olhos, e perguntei de uma forma bem carinhosa como ele estava, se estava bem ou se estava chateado com algum acontecimento.
Ele me disse que estava tudo bem.
Bom, ele e os demais alunos entraram na sala, e ele se sentou na última cadeira da última fileira.
Me apresentei, apresentei o projeto e dei minha aula.
No final da aula, como de praxe, pedi que fizessem um resumo da aula, acrescentando o que havia sido importante para cada um.
B me chamou e me disse baixinho que não sabia escrever.
Só para lembrar, estamos falando da 8ª série, e infelizmente, isso não é uma exceção.
Tenho a impressão de que se sentiu à vontade de me dizer isso, pela forma como o abordei, sem dar bronca ou criticá-lo.
Eu lhe perguntei se ele gostaria de aprender.
Ele me respondeu que queria muito.
Então, eu lhe disse que tentaria ajudá-lo.
Pedi que escrevesse o que pudesse na folha e ele me obedeceu, sem questionar.
Normalmente, as crianças que têm dificuldades, quase não escrevem.
Mas quando fui pegar sua folha, me surpreendi, pois ele havia escrito umas cinco linhas, e eu falei para ele em com um tom de muita surpresa e admiração:
- Olhe quanta coisa você escreveu!!!
Ele olhou para mim, e me deu um sorriso de satisfação, que será difícil eu esquecer...aquele sorriso valeu meu dia...
Bom... hoje dei outra aula para essa turma, e percebi algumas mudanças em B.
Ele entrou calmamente na sala, e pediu para sentar na primeira cadeira, próxima da minha mesa.
Eu disse que poderia usar a minha mesa para escrever, se ele quisesse.
Então na primeira oportunidade, disse que havia lido o que ele tinha escrito na aula anterior e que havia gostado muito.
Ele me perguntou se não tinha muitos erros, e eu lhe disse que estava muito bom, que logo ele estaria escrevendo tudo, que continuasse assim.
Não preciso dizer que ele ficou muito feliz, né?
Na verdade, eu diria que ele ficou radiante.
O que teria acontecido, se ele tivesse levado bronca por ter chutado a porta?
O comportamento pode mudar, se a criança sentir que é respeitada e valorizada pelo que ela é.
Compartilho abaixo, a redação que B fez (clique na imagem para ampliar).
E posso dizer, que embora tenha alguns erros, o que ele tentou dizer tinha muito a ver com o conteúdo que foi dado na aula, então concluo que ele teve um bom entendimento, o que é muito importante para mim.
Desta vez, peguei uma turma de 8º ano, que nunca tinha participado do projeto anteriormente.
Quando me dirigia para entrar na sala que estava com a porta fechada, vi à distância, um garoto batendo à porta.
Vou chamá-lo de B.
Ele devia estar pensando que tivesse alguém na sala, que pudesse abrir a porta para que ele entrasse.
Como não obteve resposta, já que não tinha mesmo ninguém na sala, ele começou a socar a porta com força, chutá-la e gritar para que alguém abrisse a porta.
Quanto percebi que o clima estava ficando mais quente, corri em sua direção, e falei para o garoto que não tinha ninguém na sala, que a professora responsável já estaria chegando, que ele aguardasse um pouco.
Depois olhei em seus olhos, e perguntei de uma forma bem carinhosa como ele estava, se estava bem ou se estava chateado com algum acontecimento.
Ele me disse que estava tudo bem.
Bom, ele e os demais alunos entraram na sala, e ele se sentou na última cadeira da última fileira.
Me apresentei, apresentei o projeto e dei minha aula.
No final da aula, como de praxe, pedi que fizessem um resumo da aula, acrescentando o que havia sido importante para cada um.
B me chamou e me disse baixinho que não sabia escrever.
Só para lembrar, estamos falando da 8ª série, e infelizmente, isso não é uma exceção.
Tenho a impressão de que se sentiu à vontade de me dizer isso, pela forma como o abordei, sem dar bronca ou criticá-lo.
Eu lhe perguntei se ele gostaria de aprender.
Ele me respondeu que queria muito.
Então, eu lhe disse que tentaria ajudá-lo.
Pedi que escrevesse o que pudesse na folha e ele me obedeceu, sem questionar.
Normalmente, as crianças que têm dificuldades, quase não escrevem.
Mas quando fui pegar sua folha, me surpreendi, pois ele havia escrito umas cinco linhas, e eu falei para ele em com um tom de muita surpresa e admiração:
- Olhe quanta coisa você escreveu!!!
Ele olhou para mim, e me deu um sorriso de satisfação, que será difícil eu esquecer...aquele sorriso valeu meu dia...
Bom... hoje dei outra aula para essa turma, e percebi algumas mudanças em B.
Ele entrou calmamente na sala, e pediu para sentar na primeira cadeira, próxima da minha mesa.
Eu disse que poderia usar a minha mesa para escrever, se ele quisesse.
Então na primeira oportunidade, disse que havia lido o que ele tinha escrito na aula anterior e que havia gostado muito.
Ele me perguntou se não tinha muitos erros, e eu lhe disse que estava muito bom, que logo ele estaria escrevendo tudo, que continuasse assim.
Não preciso dizer que ele ficou muito feliz, né?
Na verdade, eu diria que ele ficou radiante.
O que teria acontecido, se ele tivesse levado bronca por ter chutado a porta?
O comportamento pode mudar, se a criança sentir que é respeitada e valorizada pelo que ela é.
Compartilho abaixo, a redação que B fez (clique na imagem para ampliar).
E posso dizer, que embora tenha alguns erros, o que ele tentou dizer tinha muito a ver com o conteúdo que foi dado na aula, então concluo que ele teve um bom entendimento, o que é muito importante para mim.
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